quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Avaliação de riscos na aventura

Apenas uma porcentagem mínima dos acidentes em geral pode ser atribuída a fatalidades. A grande maioria acontece por conseqüência de erros ou falhas, que quase sempre são humanas, sejam elas falhas de atuação ou de planejamento.
Levar esta informação em consideração na hora de planejar uma aventura significa trazer para si a responsabilidade sobre eventuais situações desagradáveis. É bastante comum as pessoas terem a tendência de querer evitar pensar em ‘coisas ruins’. Quem nunca ouviu: - Ah, pára de pensar nestas coisas, não vai acontecer nada!
Para garantir que não vai acontecer, é necessário se pensar com antecedência sobre as situações para saber como evitá-las e como agir caso aconteçam. Primeiro vem a questão do risco. A análise do risco é o ponto de partida para se tomar decisões. É claro que esta análise é muito subjetiva e varia muito de pessoa para pessoa. Por exemplo, pedalar no acostamento de uma rodovia movimentada pode ser natural para alguns ciclistas e para outros pode ser um risco que não vale a pena correr.
Poderíamos dividir os ricos em dois tipos. O primeiro, é aquele em que só podem haver perdas. Por exemplo, deixar algum parafuso frouxo na bicicleta. Não há nenhuma vantagem nisto. O melhor que pode acontecer é não acontecer nada. Este tipo de risco tem que ser evitado ao máximo, é claro, pois nunca resultará num benefício. Não se pode esperar que a sorte cubra todos os nossos erros.
O outro tipo de risco é aquele em que pode haver perdas ou ganhos. Pedalar numa região isolada e sem recursos, com a intenção de ter acesso a algum lugar muito bonito, é um exemplo de uma situação que envolve um risco e pode ter conseqüências negativas, mas também pode trazer resultados positivos.
Aceitar ou não este tipo de risco é uma decisão pessoal que deve ser tomada pesando-se cuidadosamente em todos os prós e contras. O importante quando formos nos envolver voluntariamente numa situação de risco, é que estejamos muito cientes e que assumamos inteiramente este risco. Neste caso, poderíamos chamar de uma avaliação do risco-benefício de uma aventura.
Para esta avaliação, a fase de planejamento é fundamental. Quanto mais informação tivermos disponível para fazer a análise, melhor. Pesquisar, conversar com pessoas mais experientes e só depois decidir-se pelos rumos de uma aventura. É o que costumam chamar por aí de risco calculado.
Na próxima coluna falaremos um pouco de como os erros em seqüência podem levar a incidentes ou acidentes.

Fonte: http://ecoviagem.uol.com.br/fique-por-dentro/colunistas/cicloturismo/eliana-britto-garcia-e-rodrigo-telles/avaliacao-de-riscos-na-aventura-880.asp

domingo, 10 de agosto de 2014

Pedalando pelo Ceára: Lavras da Mangabeira

Para iniciar esta postagem, vou explicar o porque da paixão por Lavras da Mangabeira, no sul do Ceara. Esta é a cidade onde meu pai nasceu, cidade que sempre passei as ferias e tenho grandes amigos. Sempre tive o desejo de pedalar pelas estradas antigas que ligam a cidade aos distritos e cidades vizinhas. Esta viagem foi a realização desse desejo. Fui nela com minha antiga bike, uma carbon 26 da Bfour. Bike excelente e se comportou muito bem.
Bike como chegou em Lavras, limpinha e pronta para os desafios.

Primeira imagem registrada, esta é a estrada que liga Lavras a Aurora e Iborepi.

Divisão da estrada, esquerda Aurora direito Iborepi.

Muita poeira.

Riacho muito lindo.


Belas paisagens.


Saindo da trilha entrando no asfalto, br230.


Imagem belíssima, na frente da escola agrícola de Lavras da Mangabeira.

Final do primeiro dia de pedalada.

Vamos agora para o segundo dia.

Bike depois do primeiro dia.

Momento em que percebi que não tinha ligado o gps kkkk


Riacho do meio! caminho para o Arrojado.




Ponte onde o trem passa sobre o riacho.

Bike esperando.

Chegando no Arrojado, trilha com muitas subidas fortes. Praticamente dentro da serra do boqueirão.


Distrito onde meus avos nasceram. 

Casa de Madrinha Pastora, irmã de minha Avo, Dona Toinha.



Voltando para Lavras, olha a Serra do Boqueirão. Paisagem linda!




Apontando para a brincadeira que ia subir kkk

Ladeirinha cascuda!

Mais compensa!


Chegando em Lavras no final do dia.



ABAIXO O PRÓXIMO DESAFIO! SAINDO DE CAMPINA GRANDE!









sábado, 9 de agosto de 2014

Mais um canal de informações em Campina!

Fazendo uma simples pesquisa sobre cicloturismo, que todos os sábado faço, achei um site muito interessante e made in Campina: http://campabikers.wordpress.com/. Site que é do ciclista João Carvalho, que abastece com muitos conteúdos interessantes, trilhas de nossa região, passeios internacionais.

Então, para todos que desejam mais informações indico o site Campa Bikers!!


Cicloturismo: a união de dois prazeres

“Experimentei com uma mochila nas costas, durante 30 dias... Carregar minha própria casa comigo. Descobri que necessitamos de pouco. Depois de muito pedalar, a bicicleta demonstrou a mesma coisa: paz! Na verdade, o que mais necessitamos é da vontade e essa não pesa nada. Começamos a nos embebedar com as vistas, os horizontes, os sons, os elementos nos tocando devagar conforme o tempo que passamos a dominar, pois deixamos de existir para os sistemas, sejam eles quais forem. Não importa qual a razão que move o ciclista a pedalar. Importa que o tempo, esse mesmo que não toma conhecimento da gente, da bicicleta se vê diferente. Pedalar é conquistar o dia sem vencê-lo, é dormir o sono justo para outra peleja, é ser senhor sem dominar... É conversar com Deus em particular.” (Edgardo Jorge Sanrame)

 Revista Bicicleta por Anderson Ricardo Schörner

Cicloturismo: a união de dois prazeres
Shutterstock
Uma viagem é muito mais que um destino. Há o percurso, tão ou até mais importante. Desfrutá-lo é uma arte para os que praticam o cicloturismo. Em uma viagem de bicicleta, todo lugar é vivenciado em esplendor, e a recepção é calorosa. “Acabei de descobrir essa paixão”, revela Marco Martins, mineiro de Belo Horizonte que recentemente encarou o desafio de conhecer a Suíça de bicicleta. “Viajar sempre encanta por conta da novidade do local e por ser um momento de lazer. Com a bicicleta, você conhece muito mais e as pessoas ficam muito mais receptivas a uma turma viajando de bike, que uma turma viajando dentro de um carro. O que me fez decidir viajar de bike foi justamente o fato de querer conhecer outro país de leste a oeste, cada centímetro, reparar nas casas, nas pessoas, como eles vivem no dia a dia, e não conhecer só os points e os aeroportos”.
Deparar-se com situações inusitadas, diferente daquelas do cotidiano, conhecer novas pessoas... Cruzar fronteiras expande nosso conhecimento de mundo e de nós mesmos. Sempre realizamos uma partilha justa com o caminho e seus peregrinos, e lucramos igualmente com isso. Expandir os horizontes, não só geográficos mas também da mente, é a recompensa para quem não se acomoda em ficar, e parte.

Mas afinal, o que é cicloturismo?

A palavra cicloturismo é formada pelos vocábulos “ciclo”, do grego kyklos, que significa roda e neste caso está claramente relacionada com a bicicleta (biciclo, duas rodas), e “turismo”, do latim tourns, cujo significado é viagem ou movimento de sair e retornar ao local de partida.
O turismo, tal como o conhecemos hoje, iniciou e se desenvolveu no século XIX, acompanhando o avanço do capitalismo na Europa Ocidental e na América do Norte. Depois das duas guerras mundiais, a atividade expandiu e diversificou. Uma das mais importantes definições de turismo foi dada pela Organização Mundial de Turismo, em 1993: “as atividades realizadas pelas pessoas durante viagens e permanência em lugares diferentes do seu local de residência habitual, por um período de tempo consecutivo inferior a um ano, para ócio, negócios e outras finalidades.” Esta definição é mais abrangente, pois concede importância ao deslocamento para algum lugar, desconsiderando os habituais (o deslocamento dos trabalhadores e estudantes, por exemplo), para diversos fins, englobando assim não apenas o turismo para descanso ou diversão, mas também o turismo de negócios, turismo de saúde, etc.
“Poderíamos dizer, então, que cicloturismo nada mais é que fazer turismo utilizando como veículo a bicicleta”, afirma Antonio Olinto Ferreira, que se formou em direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em 1990, e começou a pedalar para aliviar o peso das responsabilidades da profissão (e da barriga, típica dos executivos, que começava a crescer). Em 1993, Olinto deu a volta ao mundo de bicicleta, percorrendo 34 países durante três anos e meio. Hoje, é uma das figuras mais importantes do cicloturismo nacional.
“Desta forma, toda a responsabilidade do conceito está na palavra turismo. Vejamos: um paulistano pode fazer turismo em São Paulo e teoricamente poderá fazer cicloturismo em sua própria cidade ou arredores, entretanto, a meu ver, a melhor descrição para esta atividade seria passeio de bicicleta. Assim como o estado de espírito e a intenção diferenciam um turista que faz um circuito de A para B em bicicleta de um entregador de jornais que faz o mesmo trajeto, a relativa distância também faz a diferença entre um passeio de bicicleta e o cicloturismo, ou seja, além da diferença de enfoque do que se pretende ver, no cicloturismo a distância também é relevante e gera uma de suas principais características. Cicloturismo seria, então, melhor conceituado como uma viagem de bicicleta”, destaca Olinto.

Era uma vez...

Na história da bicicleta, percebe-se que a evolução desta invenção se deu visando o deslocamento, ou seja, a bicicleta evoluiu por ser considerada um meio de locomoção. Os primeiros projetos, como o celerífero criado pelo conde francês Sivrac, em 1790, eram brinquedos. Mas as adaptações que seguiram visavam suprir as necessidades de se locomover.
Um exemplo é o surgimento da draisiana, que nasceu através das adaptações feitas pelo barão alemão Karl Friederich Von Drais, em 1816. Um ano antes, o vulcão do Monte Tambora, na Indonésia, entrou em erupção e uma nuvem de cinzas alterou significativamente a incidência dos raios solares na Terra, causando devastação de lavouras e morte de pessoas e animais. Naquele tempo, o cavalo era um importante meio de locomoção, e sua população também se viu diminuída com as mudanças climáticas inesperadas. O “ano sem verão”, como ficou conhecido, pode ter incitado a necessidade de um veículo para substituir o cavalo e pode ter motivado a criação da draisiana, com a qual Von Drais percorreu um trajeto de cerca de 50 km entre Beaune e Dijon, na França.
Logo, falar em viagem de bicicleta deveria ser normal, já que ela é um veículo, ou seja, foi feita para viajar. Mas, com o surgimento dos outros veículos de locomoção, isso tornou-se aventureiro e anormal. “Quando as pessoas pensam em viajar, poucas pensam em fazê-lo tão devagar. Usar a bicicleta depende muito do per- fil do viajante e da aspiração de cada um. O que posso dizer é que a experiência de estar sobre uma bicicleta na estrada é o que faz a diferença. Não se viaja para chegar a um destino, e sim para desfrutar o caminho, lentamente”, define Thiago Fantinatti, cicloturista de Curitiba que realizou uma viagem de 365 dias pelo continente sul-americano, em 2009, o que rendeu o livro Trilhando Sonhos. Os três primeiros capítulos você pode acompanhar no site www.trilhasulamericana.com.br.

Por que viajar? E por que de bicicleta?

Viajar está relacionado com descobrir coisas novas. Pessoas curiosas buscam conhecer a novidade que há além das próprias limitações. É como Santo Agostinho declarou, “o mundo é um livro e aqueles que não viajam leem apenas uma página desse livro”. Ao contrário dos antigos desbravadores, que empreendiam grandes viagens para descobrir terras e pessoas exóticas de outras culturas, o ser humano de hoje, favorecido pela globalização e capacidade de trocar informações em tempo real de qualquer lugar do planeta, pratica o turismo, curioso para descobrir a si mesmo. 
O termo da moda no turismo é o chamado turismo de experiência. De forma breve, trata-se de um conceito recente que sugere a integração do turista com os costumes do local que está visitando e a convivência próxima com os moradores da região. Uma iniciativa conhecida nesse sentido é a Acolhida na Colônia, uma associação integrada à Rede Accueil Paysan, que atua na França desde 1987, chegou a Santa Catarina em 1998 e cuja proposta é valorizar a vida no campo. As famílias de agricultores catarinenses recebem os turistas em sua casa para o convívio no dia a dia, compartilhando não só belos cenários para contemplação, mas também a própria história, cultura, atividades cotidianas, enfim, experiências. Turismo de experiência é isso: ir a Minas Gerais e degustar um bom pão de queijo feito pelas próprias mãos, ou viajar para o Rio Grande do Sul, na região de uvas e vinhos, para vivenciar o cotidiano de uma vinícola familiar.
Essa experiência de viver um cotidiano diferente sempre ensina e elucida coisas sobre nós mesmos. Em oposição ao sentimento de necessidade material e compreensão racional que vivenciamos, principalmente no âmbito profissional, buscar por valores imateriais, emocionais e experimentais refletem em qualidade de vida, pois conferem equilíbrio e plenitude, especialmente nas relações pessoais (consigo mesmo) e sociais (com os outros e o ambiente). Experiência, do latim experientia, proveniente do verbo experiri (experimentar), é definido como prática de vida e conhecimento que nos é transmitido pelos sentidos. Ora, o veículo que proporciona a maior integração do turista com a região visitada e seus moradores e que permite não só contemplar, mas também experimentar e vivenciar cada momento da viagem, é a bicicleta. 
“Toda vez que subo em uma bicicleta, me pergunto quando foi a última vez que eu fiz alguma coisa pela primeira vez? E esse prenúncio do novo fica martelando a cuca, fortalecendo a vontade de ir aonde os outros não vão”, confessa Renato Cabral, cicloturista de Uberlândia, que aconselha, ainda: “entre sonhar e partir, fique com o segundo. Qualquer sonho sem um passo é só um delírio, mas se você der o primeiro, já não precisa sonhar. E ao partir você descobre também que tudo o que sempre disseram sobre o mundo estava errado. Quando é você que está lá, tudo ganha um olhar novo. Então, dispare. Vá atrás dessa sensação inexplicável de que há algo intocável no ar. Algo para o qual não há resposta possível. Experimente começar, viver esse mistério e daí você compreenderá aquilo pelo qual os olhos, como as estrelas no céu, nunca deixam de brilhar. Daí você finalmente encontrará parte desse outro que perseguimos desde criança. Porque se você não for, ninguém irá por você”.
O turismo e o uso da bicicleta são duas atividades crescentes e prazerosas. Unidas, formam o clímax do chamado cicloturismo. A bike, por si só, já representa uma “viagem no tempo” de retorno à praticidade e de encontro a uma vida mais natural. Para Pedro Marcon Neto, 67 anos, ciclista de Porto Alegre, “a bicicleta te dá a sensação de liberdade, evita o trânsito, melhora o condicionamento físico, e com ela tu tens acesso a caminhos que um carro não tem. Tu te sentes um nômade com seu cavalo, indo para onde quiser. Acampa com a barraca, toma banhos de rio ou lagoa, e é bem recebido onde chega. Tudo é mais simples e prazeroso”.
Na solidão da estrada, a experiência transcende a vivência daquele local. “Enquanto desloca-se, medite, analise, imagine. Use a sua mente. Viaje para não se limitar apenas em passar, em habitar, em existir, em estar. Viaje para viver e estar consciente de estar vivo”, reflete Edgardo Jorge Sanrame, argentino de Córdoba. “A vida passa, transcorre inevitavelmente. Tudo se assemelha, tão somente há pequenas variações na estrutura e no tempo. Versões de uma rotina que consolidamos, num sentido material: tangível de existência, segurança e estabilidade financeira. Deixar tudo isso é difícil, mas experimente. Troque o penteado de sempre por cabelos sem ordem, modelados pelo vento do caminho, numa viagem de bicicleta”, finaliza.
Therbio Felipe Cezar, escritor e professor universitário, afirma que “ao praticar cicloturismo nos apresentamos em busca e não em fuga. E não há receitas para esta prática, ainda que existam orientações e métodos de seguir um roteiro ou circuito pré-estabelecido, o que assegura uma experiência com imprevistos menos dolosos, além de uma cicloviagem com sugestões valorosas de outros companheiros de caminho. O cicloturismo é um dos mais pacíficos e românticos movimentos socioculturais das últimas décadas e um dos maiores promotores de minimização do abismo entre os diferentes, de positivas transformações atuais e futuras”. 
O cicloturismo herda, também, todos os benefícios que a bicicleta representa. É uma forma de turismo sustentável, pela mínima interferência, não poluição atmosférica e sonora. É, como vimos, um turismo de experiência, pois permite o máximo envolvimento social, de forma justa e agradável. Para o turista, viajar de bicicleta é sentir-se livre, um verdadeiro habitante do mundo, sem cercas que separem os quintais, sem ser dono de nada e, ao mesmo tempo, sabendo que tudo o pertence e existe para ser usufruído. 
“Viajar o Japão inteiro de bicicleta? Há quem diga ser loucura; discordo totalmente”, relata Wilton Mitsuo Miwa, fotógrafo e cicloturista de Sorocaba, atualmente no Japão, que finaliza:  “loucura é ter um sonho e não tentar realizá-lo... Neste exato momento estou correndo atrás de mais um sonho e vou pedalando. Não acredito em grandes realizações sem grandes jornadas”. Entre a serra ou o mar, um roteiro romântico ou aventureiro, uma viagem sozinho ou em grupo, passando por centros históricos ou estradas interioranas, todo cicloturista sabe exatamente o porquê de estar viajando. E o porquê desta viagem ser de bicicleta.
Descubra, também, a sua jornada.
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Fonte:http://www.revistabicicleta.com.br/bicicleta.phpcicloturismo_a_uniao_de_dois_prazeres&id=288
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quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Carretinha??

Vídeo muito interessante! Tira duvidas sobre quem deseja utilizar carretinha!

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Finalizando o planejamento

Esta semana estou entrando na fase final do planejamento da minha primeira ciclo viagem!
Rota estudada, cidades apoio escolhidas, pousadas, restaurantes. Na verdade minha duvida é com relação quanto tempo passar em cada cidade, com a intensão de conhecer os pontos turísticos, já que é um período que fico de férias de verdade e posso aproveitar para esticar alguns dias.
A bike ja esta escolhida, é uma Kona 27,5 Full. Muitos especialistas defendem que quanto mais simples a bike melhor, mais não consigo entender onde conforto e qualidade de equipamentos não é bom, então a bike que meu amigo David da Bike Shop me indicou sera a bike que se Deus quiser irei pedalar por muito tempo.
Bellota minha companheira

O desafio é grande, o planejamento minucioso, treinamento em curso, primeira rota teste sera para nossa capital João Pessoa, em 30 dias. 
Quem desejar ajudar com depoimentos, sugestões de rotas, grupos de ciclistas é so entrar em contato!
Forte abraço!

sábado, 2 de agosto de 2014

As vantagens do cicloturismo em relação a outras formas de turismo

Para onde quer que deseje viajar, seja qual for o estilo e sonho de viagem, lembre-se que a bicicleta sempre irá potencializar as características da viagem.

  FONTE: Revista Bicicleta por Antonio Olinto

As vantagens do cicloturismo em relação a outras formas de turismo
Caminho para Padum - Ladakh, Índia
Foto: Rafaela Asprino
Viajar pela Europa é caro, quem tem este sonho de viagem perceberá que a bicicleta pode proporcionar grande economia desde a saída do aeroporto, isto pode antecipar a concretização do seu sonho ou pode ampliar os limites dele.
Em Londres comprar um simples bilhete de metrô pode ser bem complicado, existem dezenas de tipos de bilhetes com áreas e prazos de utilização variados; na Alemanha até os cidadãos tem dificuldade de compreender qual dos muitos sistemas de cobrança de bilhetes de trem seria o mais eficiente para cada situação em que se encontra. Por outro lado, de bicicleta, com um mapa na mão ou em seu gadget predileto, qualquer um pode “se perder” e “se achar” no centro velho de cidades históricas. Com incrível agilidade poderá parar para fotografar ou conversar com um transeunte. 
Imagine uma viagem convencional pela Europa, agora coloque neste sonho uma bicicleta dobrável. Tudo fica mais ágil nas cidades e ainda poderá mesclar seu roteiro com ônibus, trens e aviões sem constrangimentos. É só montar a bicicleta, colocar sua bagagem em cima e sair com seu próprio veículo.
“Mas Olinto, meu estilo é outro, sou mais aventureiro “casca grossa”, a bicicleta vale a pena?”
Lembro quando vi pela primeira vez alguém viajando de bicicleta. Estava no meio de uma roda de pessoas em um dia chuvoso contando minha aventura de motocicleta e por que preferia fazer um caminho de terra ao invés de utilizar o asfalto. Logo chegou o Sr. Bager (hoje um grande amigo) com sua bicicleta fazendo o mesmo caminho que eu. Todos nós imediatamente nos voltamos para ouvir as histórias dele, pois, obviamente, o simples fato dele viajar de bicicleta transformava tudo em uma grande aventura.
Atualmente, junto com a Rafaela, temos preferido viajar por locais de difícil acesso para fugir do intenso trafego de automóveis em todo o mundo. Para chegar nestas regiões com outro veículo seriam necessários enormes investimentos de dinheiro e logísticas, somente com uma boa moto off road ou um 4x4 muito bem preparado seria possível passar por onde passamos na viagem de Bariloche à Terra do Fogo; mesmo assim os riscos seriam enormes (um veículo automotor está sempre sujeito a atolamentos e panes). 
De bicicleta podemos viajar por praticamente qualquer lugar. Na última viagem pela Índia levamos as bicicletas em um trekking atravessando um passo de montanha a mais de cinco mil metros de altitude. Se é possível passar a pé podemos atravessar de bicicleta também. Nestes momentos, a simplicidade mecânica da bicicleta nos faz seguir tranquilos.
Agora vamos imaginar uma outra situação: Califórnia-USA, ou melhor, o sul da França. Você é uma pessoa que gosta de viajar passando muito bem, desfrutando do conforto de bons hotéis, saboreando comidas de primeira acompanhadas de bons vinhos. Se for de bicicleta poderá comer sem culpa, você voltará da viagem em melhor condição física do que a que estava quando partiu. Por outro lado, depois de um dia pedalado, asseguro que sua sede e paladar estarão mais aguçados, possibilitando sentir de forma especial o sabor das delícias de qualquer região em que se encontre.
Não vou mencionar nada sobre sustentabilidade de uma viagem de bicicleta, manterei o foco na percepção do viajante, mesmo por que todos sabemos que viajar de bicicleta não polui e assim como seu corpo o planeta agradece a opção de utilizar a bicicleta em uma viagem.
“Bem legal isso... Mas apesar de gostar de pedalar todo final de semana quando saio de férias, vou com a família. Olinto, isto não é para mim...”
Bem... Conheço muitas histórias de pessoas que viajam de bicicleta em família. Sei que não é fácil, mas, para facilitar as coisas, existem os suportes de bicicleta colocados no teto ou na traseira dos carros. Nada impede de fazer a bicicleta participar e melhorar uma viagem de automóvel proporcionando momentos especiais como sentir no rosto o vento fresco do mar enquanto observa o por do sol no calçadão ou na areia da praia onde os automotores não podem chegar. Eu cresci em uma cidade do interior, mas sei que muitas crianças de hoje não tem a chance de pedalar livremente em seus próprios bairros. As férias em família podem oferecer a oportunidade de compartilhar o prazer de pedalar com as novas gerações.
Tá, você é um solteirão convicto e viaja de carro para poder azarar as gatinhas... Se levar uma bicicleta poderá chegar no alto dos morros ou nas praias mais distantes, aqueles locais onde as estradas são de terra ou areia sem a preocupação de limpar o carro antes de sair à noite, além de manter seu corpinho em dia, é claro!
Quem viaja de motor-home como nós, verá que a bicicleta proporciona um bom equilíbrio em longos períodos de viagem, funcionando também como um veículo auxiliar para pequenas distâncias, já que a cada vez que o motor-home precisa se movimentar temos que guardar tudo em um lugar seguro antes de sair.
Os que viajam com seu próprio veículo sentem mais independência e liberdade. Quem sai das caixas envidraçadas chamadas veículos automotores tem a oportunidade de ver 360 graus a seu redor, além de sentir os perfumes das coisas, tudo isto em uma velocidade que chamo de natural, ou seja, aquela em que ainda é possível compreender tudo o que acontece a seu redor.
“Mas com um veículo automotor eu posso trafegar a qualquer velocidade”.
Sim, apesar de poder ninguém o faz. Estranhamente, o motor nos estressa e induz à pressa. Quando viajo de bicicleta paro por qualquer motivo. De carro fico segurando até a vontade de ir ao banheiro para andar mais e nem sei muito bem por que. O carro, a moto, tudo faz barulho e principalmente o ar-condicionado nos isola como nunca do mundo exterior.
Quando viajamos de norte a sul da Finlândia, em pleno círculo polar ártico, passamos por muitos quilômetros de pura floresta de coníferas com baixa densidade demográfica. Um dia, passando em frente de uma casa, um homem nos cumprimentou:
“Oi, bom dia”.
“Bom dia”, respondemos.
Como a bicicleta não faz barulho e passa lentamente ele pôde continuar o diálogo enquanto passávamos:
“De onde vocês são?”
“Do Brasil”, respondi.
Ele continuou a conversa:
“Querem tomar um chá?”
Eu com o pescoço já virado para trás respondo que sim e paro a bicicleta. Como isso aconteceria de forma tão natural em outro veículo?
Marcos cuida de cavalos de raça, ele é especializado em consertar vícios que os animais aprendem quando são mal adestrados; para ter uma ideia ele costuma ser contratado por xeiques da Arábia. Conversamos muito e ele contou um monte de coisas de seu dia-a-dia. Aprendemos como sobrevive no inverno de seis meses de noite eterna e temperatura média de – 40 graus. Vimos que apesar deste frio ele tem que ter um refrigerador, pois se colocar comidas fora da casa tudo congela.
Marcos mostrou, com orgulho, fotos do céu em dias ensolarados, coisa rara em seu país, e a Rafaela aprendeu com ele a ver a beleza e dar mais valor para um céu com nuvens.
Esta história demonstra a maior vantagem da bicicleta que a meu ver, é aproximar as pessoas como nenhuma outra forma de viajar consegue. Este fascínio, esta magia que a bicicleta exerce nas pessoas lhe permite e obriga a conhecer, além dos monumentos, a língua local; além dos lugares, as pessoas. Pessoas são muito mais que lugares, pois têm um universo interior que nos proporciona grandes experiências de vida.
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